Baratas

Os entomologistas estimam que existam entre 5 a 10 milhões de espécies de insetos na Terra. Se perguntarmos quais insetos as pessoas odeiam mais, não teriam problema em escolher apenas um: a barata.

Existem várias razões para não gostar de baratas: seus corpos achatados, asas duras, pernas que se movimentam rápido e longas antenas que balançam. Como as baratas comem lixo e restos, elas podem espalhar bactérias como a salmonela e a shigella de um lugar para o outro. Quando elas andam, deixam rastros de fezes, que utilizam para encontrar o caminho de volta.

Além de serem espessos, esses rastros podem causar manchas e odores. As proteínas na saliva e nos restos da barata também podem causar alergias e agravar a asma.

As pessoas também odeiam baratas porque pode ser extremamente difícil acabar com elas. Uma razão é seu comportamento natural. Elas se reproduzem rapidamente e são difíceis de matar. Como elas são noturnas, muitas pessoas não percebem sua presença até que sejam tantas que acabaram sem lugares para se esconder. As baratas são particularmente boas para se esquivar e fugir de sapatos, jornais e outras armas, e várias espécies se tornaram resistentes aos inseticidas.

Das 4 mil espécies de baratas que existem no mundo, porém, apenas algumas infestam casas e pontos comerciais. Essas espécies incluem:

  • Blatella germanica, a barata alemã;
  • Periplaneta americana, a barata norte-americana ou barata de esgoto;
  • Supella longipalpa, a barata de listras marrom;
  • Blatta orientalis, a barata oriental.

Na verdade, em muitas partes do mundo apenas uma espécie – a barata alemã – é responsável pela maioria das infestações. Infelizmente, as pessoas têm uma boa parte da culpa por essa prevalência mundial. A maioria das pragas de baratas se espalhou pelo planeta pegando carona em barcos, aviões, caminhões a até mesmo em caixas de mudança e sacolas de supermercado.

Parentes mastigadores

As baratas estão relacionadas com outros tipos de insetos que, da mesma forma, são úteis em algumas situações e prejudiciais em outras.
Os louva-a-deus comem uma série de insetos de praga e podem até serem usados para o controle de pragas. Eles também comem, insetos úteis, inclusive outros louva-a-deus, sapos pequenos e beija-flores.
Os gafanhotos digerem as plantas e adicionam nutrientes ao solo, muito parecido com os cupins. Em números grandes, no entanto, eles podem destruir plantações de alimentos e campos de pastagem.
Os cupins, seus parentes mais próximos, podem destruir as casas e as propriedades das pessoas. Nas matas, porém, a digestão de madeira e celulose cria nutrientes para a vida das plantas. Os cupins também servem de comida para mamíferos, répteis e outros insetos.

Enquanto a Blatella germanica e algumas outras espécies são perturbadoras, a maioria das espécies de baratas geralmente cuida da própria vida. Muitas baratas vivem em áreas quentes e tropicais e se alimentam de madeira e folhas decompostas. Elas ajudam a decompor esses restos orgânicos. Durante o processo, elas adicionam nutrientes ao solo por meio de seus restos. Elas também são uma fonte de comida para pequenos répteis e mamíferos. Em outras palavras, apesar da reputação ruim, as baratas são uma parte importante de muitos ecossistemas.

Não importa se estão digerindo madeira decomposta em uma floresta tropical ou se escondendo debaixo de uma geladeira, as baratas são fascinantes. Elas são insetos primitivos – existiam milhões de anos antes dos dinossauros e evoluíram muito pouco desde essa época. Apesar de sua natureza imutável, elas sobreviveram quando outras espécies não conseguiram. Por exemplo, os dinossauros foram extintos há 65 milhões de anos, mas as baratas prosperaram por 320 milhões de anos. Vamos dar uma olhada a seguir nas características físicas por trás dessa misteriosa sobrevivência.

Tudo sobre insetos
É fácil pensar que os insetos são irritantes, mas eles estão por trás de muitas tentativas de reciclagem naturais do planeta. Para aprender mais, se ligue na semana dos insetos do Animal Planet.

Tracy V. Wilson. “HowStuffWorks – Como funcionam as baratas”. Publicado em 19 de dezembro de 2006 (atualizado em 16 de julho de 2008).